Acolher aos idosos
Artigo de Dom Aldo para o Jornal da Paraíba
A população brasileira está envelhecendo. Diminui o número de jovens. Recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que a queda da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida vai triplicar o índice de velhos no Brasil, fazendo com que em 2060 o País tenha dois habitantes com mais de 65 anos para cada criança.
A Igreja possui uma Pastoral, já fundada aqui na Arquidiocese, cuja finalidade principal é proporcionar o envelhecimento saudável, cercado de amor e reconhecimento dos direitos, pela família e pelo Estado. A Pastoral da Pessoa Idosa conta com a semelhante metodologia da Pastoral da Criança, com uma rede de voluntários.
Envelhecer vivendo, sim. É isso que Deus quer para os seus filhos e filhas. Viver para envelhecer seria simples vida vegetativa. Não seria um bom caminho. A Pastoral da Pessoa Idosa vai ao encontro das situações de sofrimento. Enfrenta-os como desafios. Entre outras amostragens, citamos o despreparo dos pais e das famílias para cuidar dos seus próprios familiares; a carência de recursos ou mesmo a displicência dos órgãos governamentais; o abandono das famílias sem orientação e sem oportunidades de ocupação e renda, enfim um quadro de assistência ainda precário.
Em vez de nos acostumarmos a conviver com situações sofríveis, sabemos que elas podem e devem ser superadas. Vamos ao encontro. Enfrentemos as circunstâncias negativas, dolorosas, tentando resgatar vidas, incluindo no âmbito familiar e social os seres humanos que estão “desumanizados”. A metodologia da inclusão requer um trabalho de recuperação da auto-estima das pessoas idosas.
Alguns meios se tornam essenciais para uma sobrevivência mais digna, tais como os instrumentos de controle e melhoria da qualidade de vida, ocupando-se com a saúde da criança e sua mãe, bem como dos idosos que vivem em casa. Esses jamais devem ser expulsos. A gerontologia e geriatria moderna evitam isolar no ostracismo a pessoa idosa. A saúde de todos depende do aprendizado do afeto familiar, da bem querença com a vizinhança, enfim, de inserção social.
Destaco a importância do recente projeto “Acolher - Não é só pela idade. É por mais dignidade”. Uma contrapartida solidária do Governo do Estado para ajudar a manter instituições sem fins lucrativos de longa permanência para idosos. É a Paraíba preocupada em ações sócio-assistenciais, de saúde e infraestrutura, no que diz respeito aos preceitos da Política Nacional de Assistência Social e da Política Nacional do Idoso.
O sonho utópico da modernidade, constantemente ilustrado pelo mundo consumista, é o culto à felicidade centrada na matéria. Está faltando Deus no coração das pessoas e consequentemente, nas famílias! Que os valores familiares identifiquem-se com o amor e o respeito às pessoas idosas.
Dom Aldo Pagotto, sss
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
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